6 de novembro de 2025
Uniões estáveis superam casamentos formais pela primeira vez no Brasil, aponta IBGE
Um novo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com dados do Censo 2022, revela uma importante mudança no comportamento dos brasileiros: pela primeira vez, as uniões estáveis ultrapassaram os casamentos formais no país.
De acordo com o estudo, 38,9% das pessoas que vivem em união conjugal estavam em união estável em 2022, superando o modelo tradicional de casamento civil ou religioso. Em 2000, esse percentual era de 26,6%, passou para 36,4% em 2010 e agora marca uma virada histórica nos costumes familiares.
A pesquisa mostra que a união estável é mais comum entre os mais jovens — 28,5% na faixa de 30 a 39 anos e 24,8% entre 20 e 29 anos. Já entre pessoas com 60 anos ou mais, o casamento formal ainda predomina, com apenas 8,8% vivendo em união estável.
O fator econômico também tem peso nesse cenário: 52,1% das pessoas que ganham até meio salário mínimo vivem em união estável, enquanto apenas 2,4% dos que recebem cinco salários mínimos ou mais adotam esse tipo de união.
Diferenças significativas aparecem também entre grupos raciais e religiosos. Entre indígenas, 56% vivem em união estável, seguidos por pardos (43,8%) e brancos (39,5%). Já entre pessoas sem religião, 62,5% optam por esse modelo, percentual que cai para 40,9% entre católicos e 28,7% entre evangélicos.
Regionalmente, o Norte e o Nordeste concentram os maiores índices. O Amapá lidera o ranking nacional, com 62,6% dos casais vivendo em união estável, enquanto São Paulo registrou o menor percentual (29,9%).
O levantamento também destaca que 77,6% das uniões homoafetivas não possuem registro formal, sendo o principal grupo nessa condição.
Esses dados reforçam a importância do diálogo sobre a formalização das uniões estáveis e o papel fundamental dos cartórios de notas e de registro civil na orientação e na garantia da segurança jurídica desses relacionamentos.
Fonte: Censo 2022 — IBGE, com informações da Revista Exame.