2 de maio de 2023

43 anos após a instituição do Dia Nacional da Mulher, apenas 38% ocupam cargos de liderança

Já nos cartórios brasileiros, quase metade dos titulares são mulheres

A data não é muito disseminada, mas o Dia Nacional da Mulher é comemorado em 30 de abril, simbolizando o nascimento da enfermeira brasileira Jerônima Mesquita, que liderou o Movimento Feminista e fez parte da criação do Conselho Nacional das Mulheres. Quarenta e três anosapós a promulgação da Lei nº 6.791, de 09 de junho de 1980, apenas 38% delas ocupam cargos de liderança. Já nos cartórios brasileiros, que requerem uma das provas mais difíceis na área jurídica, elas representam quase metade dos titulares. São 6.368 mulheres notárias ou registradoras. A categoria, de um modo geral, segundo o último relatório “Cartórios em Números”, divulgado em janeiro deste ano, empregava 88.026 funcionários sem qualquer custo para o Estado. Indiretamente, os cartórios foram responsáveis pela criação de outros 45.403 postos de trabalho até o final do ano passado.

E no mercado de trabalho cada vez mais competitivo, mesmo com a escolaridade maior que eles, quem está no topo da pirâmide precisa ir além de inspirar outras mulheres, mas dar oportunidades para que elas se desenvolvam e cresçam profissionalmente. Afinal, elas já mostraram que podem estar onde quiserem. Para a diretora de Comunicação da Associação dos Notários e Registradores do Estado do Ceará (Anoreg-CE), Priscila Aragão, “os cartórios são um grande exemplo da qualificação das mulheres. E na associação, nessa gestão do presidente Cláudio Pinho, muitas diretorias estão sendo comandadas por mulheres, inclusive uma vice-presidência. Isso só reforça nossa competência e contribui para inspirarmos outras mulheres na área jurídica”, destaca.

E para que esse debate cresça e mais oportunidades surjam, Priscila Aragão enumerou alguns obstáculos que precisam ser vencidos para alcançar a liderança. “Continuar estudando e se atualizando sempre será um diferencial e, mesmo que demore um pouco, o resultado virá. Já no mercado baseado na CLT, sua avaliação é de que os processos seletivos necessitam ser mais inclusivos; os planos de carreiras precisam ser claros para todos; mulheres grávidas precisam contar com um programa de apoio antes e após a maternidade; a diversidade precisa sair do papel de fato; e as mulheres precisam, sim, ser mais competitivas – mas uma competição sadia. Quanto ao formato híbrido, que em muitas empresas se intensificou durante a pandemia da Covid-19, a diretora da Anoreg-CE acredita que é uma realidade sem volta, bastando ter disciplina.