12 de janeiro de 2011
Cartórios ainda não regularizaram funcionamento
População reclama da demora do atendimento e da mudança de endereço dos serviços prestados
Os cartórios de Rio Branco continuam a causar transtornos à população. Após passar para a iniciativa privada em 2010 por meio de uma orientação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), boa parte das repartições passou a enfrentar dificuldades para continuar a oferecer os serviços que anteriormente eram de responsabilidade do Poder Judiciário.
As reclamações mais frequentes estão relacionadas à demora do atendimento e à mudança de locais onde algumas tarefas são realizadas. Serviços de tabelionato de notas, que antes eram feitos em determinados cartórios, por exemplo, passaram a ser trabalhados em outros pontos e a população ainda não se acostumou com as alterações.
A artista Kátia Simone Bichara, ao tentar oficializar um documento, foi encaminhada para cinco repartições diferentes até ver seu serviço realizado. “Fui inicialmente ao cartório localizado no bairro Quinze e disseram que aquele serviço era realizado em outro prédio, o qual visitei e, de lá, fui novamente encaminhada outras quatro vezes.”
NO cartório localizado na Estação Experimental, as pessoas enfrentam as filas fora do prédio
Bichara foi atendida apenas no cartório localizado na avenida Ceará, no Centro da cidade, próximo ao cruzamento com a rua Marechal Deodoro. Ela conta que o trabalho foi muito simples. “Apenas algumas assinaturas e carimbos em poucos minutos. Tive de enfrentar várias filas demoradas para um serviço rápido e caro”, afirma a artista.
Ela relata ainda que, em alguns cartórios, os banheiros estavam sujos, faltavam copos descartáveis e ar condicionado, além da ausência de atendimento preferencial. “É necessário dedicarmos uma manhã apenas para resolvermos problemas em cartórios por conta da demora. Os preços aumentaram e qualidade do atendimento diminuiu muito”.
O delegatário Fabrício Mendes dos Santos é o responsável pelo cartório do Centro, onde Bichara foi finalmente atendida. Ele explica que, após a privatização do setor, o valor das tarifas aumentou porque passou a seguir um preço fixo determinado por lei.
Santos explica ainda que, após a transição, os antigos servidores tiveram de ser substituídos e muitos dos atuais funcionários ainda não possuem experiência suficiente para trabalhar no setor, ocasionando, assim, as demoras no atendimento. “Tudo isso envolve uma estrutura logística muito grande e é questão de tempo se resolver”.
Para tornar a espera menos desconfortável para a população, o delegatório comprou um ar condicionado mais potente e aumentou o número de cadeiras no local. “Quando o serviço era estatizado também havia problemas. Nada se resolve da noite para o dia e estamos fazendo todo o possível para regularizar esta situação”, afirma Santos.
Fonte: Jornal Página 20/AC